As MULHERES MENOS JOVENS


É imperioso dar atenção às mulheres idosas. Elas são em grande número, estão à nossa volta, nas cidades, nos campos e infelizmente nos Lares. Tem uma existência que não lhes é reconhecida. As suas necessidades quase nunca são tomadas em consideração e as suas vozes poucas vezes são ouvidas.

As mulheres idosas, muitas esquecidas, abandonadas e entregues à solidão, tem o direito de verem debatidos, com toda a frontalidade e em sítios acessíveis, as questões que as preocupam.

Seria um debate interessante saber como se vê a mulher idosa na nossa sociedade. Qual o seu contributo para as geração mais jovem?
Como é que os jovens as vem? Que oportunidades lhes são dadas?
Porque é que a Comunicação Social reforça tanta vez, o sexismo, o velhismo, os estereótipos racistas, limitando por isso as suas prespectivas futuras?
Tentar saber porque é que tantas mulheres idosas são pobres e isoladas e o que é que se pode ser feito agora e futuramente para o evitar?

É necessário reconhecer às idosas tempo para si próprias e oportunidades para o seu desenvolvimento pessoal. É necessário não esquecer a contribuição que as mulheres idosas deram e dão à sociedade onde estão inseridas.

Há uma idosa que me é muito querida e que tem mais de 80, um dia disse-me.
-Sabes, sei que já tenho uma certa idade mas eu não me sinto velha. São frases como esta que fazem a diferença. Mostram-nos que há idosos jovens e há jovens velhos. Porque ser velho é não ter projectos.
Tenhamos a coragem de ouvir as mulheres menos jovens e não as tratemos como se fossem crianças e se elas tiverem de ir para o Lar não se esqueçam que elas esperam uma visita nem que seja entrada por saída.