Friday, August 01, 2008

TER PAZ

Por vezes, penso que ter paz é estar a ver o pôr-do-sol num final de tarde numa praia deserta, ouvir a barulho das ondas e ver as gaivotas à procura dos restos que os veraneantes deixaram na areia.
Por vezes, penso que ter paz é estar na casa de campo sozinha com um bom livro e esquecer as preocupações.

Faz-me falta estar sozinha para me encontrar e organizar ideias. No entanto, sei que tenho um papel a desempenhar neste mundo e isso implica estar atenta aos outros. Sei que não posso passar pela vida é preciso vivê-la ainda que isso implique dor e frustração.
Ter paz é dormir todas as noites com a certeza que cumprimos o nosso dever. A paz passa pela interacção com os outros.


“Achava que era paz
Eu costumava sentir-me em paz à beira dos rochedos, sentindo o vento a soprar-me no rosto...
Eu costumava sentir paz na solidão de alguma praia deserta, entre o marulhar das ondas e o voo das gaivotas
Eu costumava sentir paz no verde das colinas e no topo das montanhas, enquanto namorava o horizonte...
Rios, Riachos, mar, noites de luar, vento, chuva, codornizes, pombas, gaivotas e borboletas davam-me paz.

Mas é claro que estava confuso. Aquilo não era paz era sossego.
Um dia olhei nos olhos de uma criança, nos olhos de um casal nos olhos de um ansião, nos olhos de milhares de jovens e descobri a dor, a tristeza, a esperança e o sonho.
Nunca mais tive sossego. Em compensação nunca mais perdi a paz! É que a paz, para ser paz, precisa de passar pelo outro e não pelas coisas.
Agora vivo em paz – sei a diferença”
Pe. Zezinho

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