Tuesday, January 23, 2007

Referendo:Abortar é uma atitude egoísta e lei uma tentação acrescida

Lisboa, 23 Jan (Lusa) - O cardeal-patriarca de Lisboa considerou hoje que abortar é uma atitude egoísta de quem não quer enfrentar as dificuldades de criar um filho e que uma lei que facilite o aborto é "uma tentação acrescida" para a mulher.
No terceiro texto alusivo ao Referendo sobre o Aborto de um conjunto de
cinco que pretende divulgar semanalmente, D.José Policarpo defende que a mulher
deve ser ajudada para que faça a opção "da coragem e confiança, ou de desistência e de derrota, que tantas vezes atinge toda a sua vida futura".
Na mensagem intitulada "Maternidade, grandeza e responsabilidade da mulher", o cardeal-patriarca de Lisboa refere que quando a mãe se torna incapaz ou
recusa o seu papel, salvando a criança, a sociedade deve substitui-la nessa obrigação.
"Sempre assim foi, de diversas formas, é importante que continue a ser"
, referiu.
Segundo D.José Policarpo, as motivações do aborto não estão cientificam
ente estudadas, mas "vão desde a atitude egoísta de quem não está disposto a abraçar as dificuldades de criar um filho, ao medo dessas dificuldades, à pressão e
xercida, tantas vezes pelo pai da criança e pelo ambiente que rodeia a mulher".
Nestes momentos, acrescenta, "a mulher precisa de ser ajudada para que
faça a opção da coragem e do respeito pela vida que se gerou no seu ventre".
"Pensar que se ajuda a mulher, nessas circunstâncias, facilitando-lhe o
aborto, é grave erro de perspectiva, pois facilita-se-lhe a derrota, não a ajudando à vitória sobre a fraqueza sentida", frisa.
Na opinião de D.José Policarpo, uma lei "facilitante torna-se numa tentação acrescida para uma mulher a sentir dificuldades em assumir a sua maternidade".
A exigência da maternidade, adianta, faz parte da construção cultural do respeito pela mulher, pela sua dignidade e grandeza da sua generosidade e "é preciso reconhecer que a mulher se sentiu muitas vezes sozinha nesta luta pela sua dignidade".
Contudo, refere o cardeal-patriarca de Lisboa, houve grandes mudanças a
ntropológicas e culturais nos últimos dois séculos: "a mulher conquistou uma outra inserção na sociedade, tem o mesmo direito à educação e ao trabalho, o planeamento familiar permite-lhe maior decisão sobre a sua maternidade".
"Que ninguém se iluda: facilitar o aborto não é o caminho para construir uma cultura de respeito pela dignidade da mulher. Dizer 'não' ao aborto é dizer 'sim' à dignidade da mulher, pois é ela, mais uma vez, que carrega a tristeza
de ser 'culpada' e 'vítima'", frisa D.José Policarpo na sua mensagem.

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