Ser ou não ser feliz

Há alturas na nossa vida em que tudo corre mal.
São as doenças dos que nos são queridos
As perdas de afectos.
A reconquista de outros, mas, apesar dessa reconquista, não conseguimos confiar como o fazíamos antes de haver a ruptura.
A falta de tempo para estar com quem gostamos.
A falta de dinheiro e tantas outras situações.
São questões que nos angustiam e nos tiraram qualidade de vida. No entanto penso que podemos aprender a não levar tudo tão a sério e apesar do “mal” que nos acontece podemos ser felizes.
Se não podemos dar a saúde podemos dar carinho.
Se não podemos reconquistar afectos é porque essa pessoa não é importante.
Se não podemos estar com os amigos, um telefonema de vez em quando não gasta muito tempo e os amigos de verdade estão sempre no nosso coração
Se não temos dinheiro para ir fazer a viagem da nossa vida, podemos viajar fazendo pequenos passeios, nem que seja a pé. O campo nesta altura está tão bonito.
Aprender a dar valor às coisas boas da vida não é fácil se estamos a braços com problemas graves, mas é sempre possível relativiza-los. Há sempre alguém pior que nós.
Ser feliz, por vezes, é um estado de alma, é apreciar as coisas boas que nos acontecem, é observar uma paisagem, ver um pôr-do-sol.
Sobretudo ser feliz é não se deixar angustiar por situações que não podemos resolver. A angustia é o veneno que nos mina e nos mata devagarinho, é uma espécie de tortura que que nos fecha os olhos para o que a vida tem de bom.

DIA MUNDIAL DO LIVRO


Os livros acompanham-nos durante toda a nossa vida. Eles são nossos amigos. Quando não sabemos ler deslumbramo-nos com os seus desenhos. Com eles vivemos histórias de encantar, com eles imaginamos lugares e vidas de sonho. Com eles aprendemos várias temáticass. Eles fazem-nos companhia nos nossos momentos de solidão e acompanham-nos para todo o lado.
Nós tratamos bem os nossos amigos, por isso tratemos bem os livros.

DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS

Mais um fim-de-semana na minha terra, foi muito preenchido, ida ao médico com familiares doentes, acompanhamento domiciliário dos mesmos e muita chuva e trovoada a complicar a situação. No meio de toda esta azáfama ainda tive tempo de me deslocar a Vila de Rei, dia 18, ao serão, para assistir às comemorações do Dia internacional dos monumentos e sítios que este ano tinha como tema o Património Religioso e Espaços Sagrados.
O local escolhido foi a Igreja da Misericórdia. Esta infra-estrutura religiosa está situada no Centro Histórico de Vila de Rei,é considerada a mais antiga igreja do concelho e foi à sua volta que Vila de Rei foi crescendo. O templo sofreu obras de restauro e está muito bonito.
O serão foi preenchido por dois momentos distintos: primeiro, uma breve apresentação da iconografia religiosa da Igreja pelo Dr. Ricardo Silva, professor do Instituto Politécnico de Castelo Branco e especialista no período barroco, seguindo-se um concerto pelo Coro Misto do Orfeão de Abrantes, sob orientação do Maestro Rui Martins Picado.
Estas comemorações foram abertas a toda a população com entrada gratuíta, a igreja estava cheia e foi um serão agradável.

PENSAMENTOS
O cinzento do dia colou-se a mim, a tristeza invade-me e não sei porquê.

Será porque não sei qual é o meu lugar?
Será porque não estou atenta às necessidades dos que me rodeiam?
Será porque estou a dar mais valor aos espinhos da vida do que ao perfume e colorido das rosas?
Será porque me tenho esquecido de ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito, ver um bom filme, passear um pouco ou manter um diálogo interessante com uma pessoa interessante?

Vou meditar em tudo isto e vou chegar a uma conclusão e talvez tenha de alterar alguns hábitos.

PRIMAVERA

A Primavera está aí com todo o seu esplendor, é tempo de renascer, e de celebrar a vida.
As “mortes” reais ou figuradas ficam para trás e não podem ser entrave para essa celebração.
O nosso corpo e o do que nos são queridos indiciam o seu desaparecimento, são as rugas, os cabelos brancos e sobretudo a doença, que muitas vezes, nos torna dependentes de terceiros. Mesmo assim temos de renascer e viver a vida com prazer.
As “mortes” figuradas:
Como aquela amizade que pensava que nos iria acompanhar para sempre e, sem percebermos o que aconteceu, desapareceu. Esperamos sempre que tenha havido algum equívoco e que renasça;
O projecto de vida partilhada a dois que fracassou poderá ajudar-nos a renascer para outras dimensões, apesar da dor provocada
As mortes reais ou figuradas ajudam-nos a renascer para uma vida com mais experiência que nos permite ajudar-nos e ajudar os outros. As rosas presenteiam-nos com o seu colorido e o seu perfume mas também essas tem espinhos e ao manuseá-las temos de ter cuidado para não nos magoarmos.

Viva a Primavera. Renasçam para a vida e aprendam a ser solidários. Ao sermos solidários estamos a ajudar a que a” Primavera” dos que mais sofrem aconteça.


“GLÓRIA
Depois do Inverno, morte figurada,
A primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.”

Miguel Torga