Thursday, July 19, 2007

Falta de tempo

Hoje não há tempo para fazermos companhia aos que tem muito tempo; os idosos, os doentes, as crianças. Não temos tempo para conversar em família nem para estar com os amigos. Por vezes, pequenos gestos transmitem aos outros o quanto importante eles são para nós: um telefonema, um sms, ou nem que seja um nó no lençol, conforme o artigo que transcrevo e do qual desconheço o autor.


O Nó do Amor

"Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível... Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as crianças.

Mas a directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo... Quando voltava do trabalho já era muito tarde e o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A directora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol..."

Friday, July 13, 2007

Palmira (Síria)


A cidade romana de Palmira, com o Templo de Bel em evidência.
Palmira (hoje, chamada de Tadmor) era uma antiga cidade na Síria central, localizada num oásis a cerca de 210 km a nordeste de Damasco.
A localização estratégica da cidade, aproximadamente a meio da distância que vai do Mar Mediterrâneo até ao rio Eufrates, tornou-a num ponto de paragem obrigatório para muitas das caravanas que seguiam aí a sua rota comercial.
O nome "Palmira" refere-se, tal como o prenome feminino, às palmeiras - árvore que supostamente existiria aí em grande quantidade.
História
Palmira tornou-se parte da província romana da Síria durante o reinado de Tibério (14 d.C - 37 d.C.). A cidade continuou a desenvolver-se e a ganhar importância até que se tornou uma cidade livre, sob o império de Adriano, em 129.
No século III, a sua rainha, Septímia Zenóbia criou alguns embaraços ao império romano ao autoproclamar-se rainha do reino de Palmira mas, em 272, o imperador romano Aureliano capturou-a e levou-a para Roma. Depois de a expor, numa parada triunfal, acorrentada a cadeias de ouro, deixou-a retirar-se para uma villa em Tibur (hoje, Tivoli, Itália) onde continuou a ter um papel activo, politicamente, durante anos.
SEXTA-FEIRA 13


“A sexta-feira 13 está cercada de superstição.

Gato preto, passar debaixo de escada, sentar à mesa com mais doze convidados (somando treze), quebrar espelho ... tudo o que já povoa a imaginação dos supersticiosos ganha força neste dia batizado de "dia do azar". O número treze, em muitos lugares do mundo, em especial no ocidente, representa a símbolo de mau agrouro. Na Europa, por exemplo, grande parte dos hotéis não possui o 13º andar, pulando do 12º ao 14º na numeração.
Mas por que a sexta-feira 13 virou motivo de medo e preocupação,por que a data é tão mal vista?
Na bíblia - Uma das razões de se ter criado o mito da sexta-feira 13 parece estar ligada à história da Bíblia. Segundo o Padre João Fagundes, da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora, o Novo Testamento conta que Jesus Cristo, na Última Ceia, sentou-se à mesa com os apóstolos, que ao todo, incluindo Jesus, eram 13. Muitas pessoas consideram Judas o 13º apóstolo, justamente quem entregou Jesus e o levou à morte na Sexta-feira da Paixão. Assim, graças ao episódio bíblico, a sexta-feira 13 passou a ser lembrada como um dia fatídico, ligado à morte.
Na história - Diz-se que a maldição do dia foi fruto de uma briga entre o rei francês Filipe, o belo, e a Ordem dos Templários, no século XIV. Na época, a França estava próxima da falência econômica e Filipe resolveu cobrar impostos da Igreja. Excomungado pelo papa Bonifácio VIII, que se indignou diante da decisão da cobrança, o rei tentou aproximar-se da Ordem dos Templários (um grupo de cavaleiros cristãos), pretendendo uma reconciliação com a Igreja. Filipe, o belo, não foi aceito na Ordem e, como vingança, ordenou a prisão e tortura de cinco mil cavaleiros. O dia era uma sexta-feira, 13 de outubro de 1307.
Outras explicações - Inúmeras são as explicações para a data ser considerada "maldita". São justificativas baseadas em diferentes interpretações simbólicas, religiosas, histórica, numerológicas, esotéricas entre outras tantas, mas a resposta mais lógica é a da superstição.

Parte do folclore - A superstição faz parte do folclore de cada cultura e está ligada também a aspectos psicológicos. A professora Leila Barbosa, da Universidade Federal de Juiz de Fora, explica que a palavra surperstição vem do latim superstitio, que tem a ver com sobrevivência, com aquilo que restou de épocas passadas. "A superstição é a soma de acções ou actos que se pratica acreditando em um resultado determinado", define. A palavra significa sentimento ou presságio infundado ou vão que se tira de acidentes e circunstânicas meramente fortuitas, sem relação alguma com os acontecimentos e que se supõe serem o prenúncio.
Segundo a psicóloga Rosângela Rossi, a raiz da superstição está no medo da morte e a sexta-feira 13 é uma data arquétipa, criada pelo inconsciente colectivo. O "dia do azar" é uma representação, uma manifestação do lado obscuro da mente, que causa medo por ser desconhecido. "Entre o consciente e o inconsciente da psiquê humana, existe a sombra. A sociedade judaico-cristã ignora essa sombra e precisa de rituais para elaborá-la", esclarece Rosângela.
A sexta-feira 13 seria uma forma de se colocar a sombra para fora da mente, uma maneira de materializá-la e seus símbolos, o gato preto e as bruxas, principalmente, são representantes do que as pessoas mais temem. O gato preto, por exemplo, simboliza o que há de mais profundo na psique humana, que é com o que a maioria das pessoas evita entrar em contacto. Rosângela acredita que datas como esta são, na verdade, muito positivas porque canalizam o medo do desconhecido, que pode levar a uma série de transtornos psicológicos.


Portanto, relaxe e aproveite a data. Afinal, apesar de 13, hoje é sexta-feira! “



Graças a Deus que os meus Pais nunca foram supersticisos, logo não transmitiram esse sentimento aos filhos. Para mim sexta-feira 13 é o início de um fim-de-semana que deve ser aproveitado para descançar e/ou para me divertir.

Wednesday, July 11, 2007



Nostalgias


Hoje, quando cheguei a casa, só tinha o gato à minha espera. Tinha-me levantado cedo e deitei-me um pouco. Apesar de cansada o sono não veio ter comigo. Mais uma vez foi o gato que me fez companhia. Os animais, se os estimamos dão-nos muito e pouco nos pedem em troca. Na casa onde fui criada sempre houve um cão e um gato, mas o estatuto que lhes era dado era diferente, viviam na rua e só o gato raramente entrava em casa, mas dormir era na rua, eles procuravam os palheiros onde se guardava o feno, para dormirem. Fechei os olhos e fiquei com saudades dos cheiros da minha infância: o cheiro do pão acabado de cozer, no forno a lenha; o perfume da terra molhada, quando vinham as primeiras chuvas, e as crianças a chapinhar nas poças da água, nas ruas nuas de alcatrão; as árvores prenhes de fruta madura brindavam-nos com um perfume maravilhoso. E o cheiro dos peixinhos da horta fritos em azeite. São cheiros que estão muito ligados à minha infância hoje, já não lhes ligo. Há um tempo para tudo, hoje a minha face está enfeitada com algumas rugas e os meus cabelos embranquecem. Não posso permitir este envelhecimento, tenho de continuar a admirar os cheiros que me acompanham. Suspirar com tristeza e dizer “já não se fazem cheiros como antigamente” é sinal de envelhecimento. Morremos ou merecemos morrer, a partir do momento em que o passado nos começa a interessar mais do que o futuro. Ou os cheiros antigos eram melhores, vai dar no mesmo.

Wednesday, July 04, 2007



Independência dos Estados Unidos

Hoje é feriado nos Estados Unidos da América, celebram o dia da sua independência

"A Declaração de Independência dos Estados Unidos, aprovada pelo Congresso Continental em 4 de Julho de 1776, tem estampado no seu texto o génio de Thomas Jefferson.
Introdução
Antes da Independência, os EUA era formado por treze colónias controladas pela Inglaterra. Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colónias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos.
Colonização dos Estados Unidos
Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colónia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas: · Colónias do Norte : região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objectivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação das suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características : mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno. ·
Colónias do Sul : colónias como a Virgínia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.
Guerra dos Sete Anos
Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que habitavam, principalmente, as colónias do norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Inglaterra. Metrópole aumenta taxas e impostos A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. Dentre estas leis podem citar : Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei do Selo (todo produto que circulava na colónia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas). Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colónias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reacção da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingleses cercando a cidade.
Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha carácter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colónia. Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adoptou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colónia, influenciando directamente no processo de independência.
Segundo Congresso da Filadélfia
Em 1776, os colonos reuniram-se no segundo congresso com o objectivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colónias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.
Constituição dos Estados Unidos
Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão. "

Tuesday, July 03, 2007

ESPAÇO VAZIO

É estranho este vazio que sinto dentro de mim, aparentemente não há razão para tal.

O vazio seja ele na nossa vida, numa página em branco de um escritor ou de um trabalho que não surge é sempre assustador.

Mas por outro lado o vazio é um espaço, físico ou não, cheio de possibilidades.

É a partir da folha branca que o escritor começa a contar a sua história.
É a partir de uma casa vazia que ela se torna num lar.
É num cenário vazio, que os actores, com naturalidade, o constroem a partir das palavras do texto e completam-no com o gesto, o olhar e a mímica.
É no vazio de nós próprios que reflectimos e nos reorganizamos dando novo sentido à nossa vida.

Assim, o vazio que hoje sinto não é mais do que uma desorganização que necessita de ser organizada.

Bjs

Monday, July 02, 2007

Alberto Caeiro
Gozo os Campos

Gozo os campos sem reparar para eles.

Perguntas-me por que os gozo.

Porque os gozo, respondo.

Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente

E ter uma noção do seu perfume nas nossas idéias mais apagadas.

Quando reparo, não gozo: vejo.

Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva,

Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos

À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;

E alguma cousa dos ruídos indistintos das cousas a existir,

E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas órbitas,

E só um resto de vida ouve.